Eu sou Renata Aparecida Felinto dos Santos. E, assumi como nome artístico Renata Felinto. Sou natural de São Paulo. Capital. Hoje eu moro no Ceará, na cidade do Crato, que é próximo a Juazeiro do Norte. Moro lá com os meus dois filhos: a Benedita e o Francisco. Sou professora na Universidade Regional do Cariri na área de Teoria da Arte. Daí, toda minha vida… Toda minha formação ela foi feita aqui em São Paulo. E, eu vivo no Ceará há 3 anos.
Eu me lembro, por exemplo, de algumas conversas que eu tive com Yêdamaria. Uma amiga próxima. E, como que as conversas com ela me ajudaram a pensar o que eu queria fazer em termos de pintura. Pensando na Fabiana Lopes, que é crítica e curadora também, lembro de uma conversa onde ela falou:
– Mas a sua pintura não está dentro da tradição da pintura. Então, acho que é mais difícil você expor…
Eu sei que ela não está dentro da tradição da pintura e eu não quero nem que esteja. Aí, eu falei pra Fabiana… Respondi assim:
– Que o meu objetivo, realmente, era fazer uma pintura que não tinha nenhuma ligação com a tradição.
Porque, apesar de eu ser formada a partir de cânones que são acadêmicos, eu não queria dar continuidade a essa tradição excludente. Queria fazer uma pintura que partisse do que eu quero fazer. E, essa decisão surgiu a partir da observação, por exemplo, de trabalhos de arte que não são trabalhos que a gente vê em uma galeria. Então, eu tenho um livro chamado The Upset que é um livro só sobre grafite, desenho digital, desenho em aquarela. Mas, que são desenhos muito distantes do que a gente vê em uma galeria. E, isso me influenciou muito pra voltar a pintar do jeito que eu queria. Experimentar, inclusive, novos materiais sobre a pintura, como fita autoadesiva, lantejoula, bid, que são pequenos objetos brilhantes, fita de cetim. Enfim… Eu fui explorando mais materiais a partir desse rompimento com a tradição.
Além de eu ser uma mulher negra… Eu sou uma mulher negra que eu sou mãe. Eu sou mãe sozinha de duas crianças. Eu tenho um interesse pela academia que é muito grande em relação a pensar essas transformações sociais a partir da educação, da produção de texto, de pensar uma oficina e de pensar um artigo. Antes de realizar a obra eu penso em um texto que se alinha a essa obra. Então para mim não existe essa obra que vem da espontaneidade.
– Ah, eu vou pintar aqui! Jogar uma tinta e ver o que é que dá!
– Ah, eu vou fazer essa performance sem planejar e vou ver a reação das pessoas…
Tudo o que eu produzo tem um texto junto com aquilo. Eu posso não ter escrito totalmente esse texto, mas existe ali um argumento pra desenvolver esse trabalho. Então, eu fico pensando que as trajetórias de mulheres negras na arte são muito diversas das trajetórias das outras pessoas…
Artista visual, pesquisadora e professora da Universidade Regional do Cariri (URCA). Fez parte do conselho editorial da Revista O Menelick 2° Ato que tem como proposta editorial era fazer o debate no campo da crítica a partir do mapeamento de produção de artistas negros. Produziu a tese de doutorado A construção da identidade afrodescendente por meio das artes visuais contemporâneas: estudos de produções e de poéticas defendida pelo Instituto de Artes da UNESP em 2016. Participou da exposição coletiva Deumlugarnomundo com curadoria do artista António Sérgio Moreira dentro da programação do 4° Festival de Arte Negra 2007. Transcrição parcial da entrevista realizada pela artista e pesquisadora Janaina Barros Silva Viana com a artista em São Paulo para o arquivo digital Epistemologias Comunitárias em 2019.
TERRITÓRIOS PERFORMATIVOS:
O LUGAR DA POÉTICA:
O LUGAR DA AUTORIA:
1.
RETRATO
Epistemologias Comunitárias, 2019
Renata Felinto
Laboratório de Culturas e Humanidades (Labcult )
Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais
Áudio/ Captação de imagem (Skype): Janaina Barros Silva Viana
Registro fotográfico/Cinegrafista: Wagner Leite Viana
Edição de imagens/transcrição/tradução: Rogério Rodrigues
Ana Carolina Horikawa
Supervisão residência pós-doutoral: Maria Aparecida Moura
2.
RETRATO
Epistemologias Comunitárias, 2019
Renata Felinto
Laboratório de Culturas e Humanidades (Labcult )
Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais
Áudio/ Captação de imagem (Skype): Janaina Barros Silva Viana
Registro fotográfico/Cinegrafista: Wagner Leite Viana
Edição de imagens/transcrição/tradução: Rogério Rodrigues
Ana Carolina Horikawa
Supervisão residência pós-doutoral: Maria Aparecida Moura
OUTROS TERRITÓRIOS:
V Latinidades – Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha , 2013
Renata Felinto
Imagem e edição: Chaia Dechen
Griô Produções
Diálogos Ausentes, 2016
Renata Felinto
Gerente do Núcleo de Audiovisual e Literatura: Claudiney Ferreira
Coordenadora de conteúdo audiovisual: Kety Fernandes Nassar
Produção audiovisual: Camila Fink
Entrevista e roteiro: Gabriel Carneiro (terceirizado)
Captação e edição: Belluah Produções
Diálogos Ausentes, 2016
O Negro nas Artes Visuais
Renata Felinto e Sidney Amaral
Gerente do Núcleo de Audiovisual e Literatura: Claudiney Ferreira
Coordenadora de conteúdo audiovisual: Kety Fernandes Nassar
Produção audiovisual: Camila Fink
Captação: Vocs
Intérpretes: Erika Mota e Naiane Olah (terceirizadas)
Don L – Cafetina Seu Mundo (com Deus, essa gostosa), 2014
Participação Renata Felinto
desenhos: Lívia Serri Francoio e Rafael Campos Rocha
atores: Renata Felinto e Don L
direção: Mariano, Augusto Mojica e Rafael Campos Rocha
apoio: Revista Vice
Vídeo Performance “White Face and Blonde Hair”, 2012
Rua Oscar Freire, São Paulo
Renata Felinto
Videomaker: André Moncaio
Assistente: Rafael Melo
Produtora: Thays Quadros
Fotografia/registro: Crioulla Oliveira
Maquiagem/caracterização: Simone Souza
PÁGINAS SOBRE A ARTISTA:
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa637835/renata-felinto
https://afroretratos.wordpress.com/renata/
https://www.flickr.com/people/renatafelinto/
http://renatafelinto-coisasdaarte.blogspot.com/
https://repositorio.unesp.br/handle/11449/150902
http://www.omenelick2ato.com/author/renata-felinto
https://issuu.com/tj70/docs/cat__logo_negros_ind__cios_1_